Governo do Distrito Federal
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24/05/18 às 21h13 - Atualizado em 31/10/18 às 15h15

Especialista sugere alternativas para a segurança de ciclistas

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“A educação tem sua importância na segurança viária, mas só é efetiva quando conjugada com melhorias na infraestrutura”

(Brasília – 24/5/2018) – Professores da Escola Pública de Trânsito e servidores dos órgãos que atuam no trânsito e na mobilidade do Distrito Federal participaram de um encontro com o Professor Peter Furth, no auditório do Detran Sede, na manhã desta quinta-feira (24).

O Colóquio Internacional, que integra a programação do Maio Amarelo 2018, foi uma excelente oportunidade para se discutir o futuro de um trânsito sustentável e cada vez mais seguro em Brasília. Além de conhecer as melhores práticas adotadas em vários países da Europa e nos Estados Unidos (EUA), os participantes puderam refletir sobre como tornar Brasília uma cidade mais segura para ciclistas e pedestres.

Peter Furth está em Brasília desde terça-feira (22) e sua primeira atividade aqui foi pedalar pela cidade para conhecer nosso trânsito. Ao ser questionado sobre o que estava achando da nossa cidade, Peter Furth respondeu: “Estou gostando muito das pessoas, que são muito educadas e receptivas, mas tem tanto tráfego, tanto trânsito! Aqui bem perto tem uma via de seis faixas que é impossível de alguém atravessar…”, disse ele se referindo ao Eixo Monumental e demonstrando preocupação com a segurança dos mais vulneráveis.

Em suas impressões sobre Brasília, ele ainda enfatizou: “A cidade foi criada para carros e podemos torná-la uma cidade com carros sim, mas que pensa a mobilidade como um todo, preocupando-se com os pedestres e ciclistas também”.

Peter Furth afirmou que a principal razão pela qual as pessoas não pedalam é porque não se sentem seguras, mas isso pode ser mudado. Ele citou Holanda como um bom exemplo a ser seguido. Segundo Peter, “o próprio rei da Holanda pedala. A filha dele, a princesa herdeira vai à escola pedalando”.

O professor explicou que, por muitos anos, nos EUA, eles insistiam em dizer que carros e bicicletas poderiam conviver. Mas isso não era verdade, pois as bicicletas são mais vulneráveis. E, finalmente começaram a separar as bicicletas dos outros veículos: carros de um lado e bicicletas de outro. Ele esclareceu que em alguns lugares é possível a convivência, mas onde há mais de uma faixa, é melhor separar um espaço para os ciclistas.

Apesar de considerar a educação de trânsito uma ferramenta muito importante para a mudança de cultura e melhoria da segurança de trânsito, o especialista deixou claro que “tentar alcançar a segurança viária só com educação é remar contra a maré. A educação tem sua importância, mas só é efetiva quando conjugada com melhorias na infraestrutura”. Ele sugeriu aos engenheiros de trânsito fazerem uma avaliação das vias e, onde houver mais espaço aos carros do que eles precisam, deve-se emagrecer essas ruas, colocando postes brancos, por exemplo, e separando um espaço para os ciclistas trafegarem com segurança.

O gerente de Educação de Trânsito do Detran, Tiago Moreira, ressaltou que o encontro com o Professor Peter Furth foi uma possibilidade de qualificação do corpo técnico não só do Detran, mas de todos os órgãos que atuam no trânsito do DF. “Essa troca de saberes é muito importante a todos com apresentação de soluções simples adotadas em alguns países, em especial na Holanda, muda nosso olhar também sobre a fiscalização e a engenharia de trânsito”, destacou.

Para o gerente da Escola Pública de Trânsito do Detran, Rokmenglhe Santana, “encontros como esse nos ajudam a romper com a cultura de ver o Detran como órgão que controla o trânsito de veículos, preocupado com a fluidez, mas precisamos pensar mais nas pessoas e valorizá-las, olhando a mobilidade com uma amplitude maior”.

Departamento de Trânsito - Governo do Distrito Federal

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